- Por Jorge Wamburg -
Eu não quero ser espírito de porco e espinafrar a seleção, depois de uma
vitória por 3 a 1 contra a Dinamarca que está sendo elogiada por todo
mundo, a começar pelo técnico Mano Menezes.
Mas cá pra nós, mesmo não
querendo, não tem outro jeito. O que eu acho é que a gente anda tão
acostumado com o futebol de quinta categoria jogado pela seleção do Mano
que qualquer melhorazinha é saudada como o supra-sumo da essência do
extrato do pó do melhor futebol do mundo, que algum dia, lá pelos idos
do século passado, a nossa seleção jogava.
Porque, cá pra nós, se o primeiro tempo foi surpreendentemente bom e deu
até pra gente achar que, finalmente, tínhamos um bom time com a camisa
amarela, depois de meter 3 a 0 numa apavorada Dinamarca, o segundo tempo
foi de lascar. Nós paramos de jogar e quem jogou bola foi a mesma
Dinamarca, que até merecia um resultado melhor. O problema é que os
dinamarqueses, além de azarados, são mesmo ruins até de chute a gol e
perderam oportunidades daquelas dignas do Inacreditável Futebol Clube.
Acho que a seleção teve algumas coisas positivas, como o Hulk, que não é
nenhum craque mas tem sorte e sabe chutar a gol. É um cara importante
pra determinados jogos chatos em que enfrentarmos times fechados na
defesa, mas ninguém espere dele jogadas de alto nível técnico, que sua
praia é outra. O negócio dele é na base da raça e da porrada – na bola –
que mata qualquer goleiro. Ainda mais quando o da Dinamarca está num
dia de amigo do atacante e chega atrasado nas bolas que vão pro gol,
como aconteceu em dois do Hulk.
Portanto, vamos devagar com o andor que o santo é de barro. Vamos ver o
próximo amistoso, contra os Estados Unidos, que ontem sapecou 5 a 1 na
Escócia, e os outros jogos da excursão, pra ver se essa seleção vai ter
mesmo garrafa vazia pra vender nas Olimpíadas de Londres.
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