domingo, 27 de maio de 2012

Seleção: devagar com o andor

 - Por Jorge Wamburg -  
Eu não quero ser espírito de porco e espinafrar a seleção, depois de uma vitória por 3 a 1 contra a Dinamarca que está sendo elogiada por todo mundo, a começar pelo técnico Mano Menezes. 
Mas cá pra nós, mesmo não querendo, não tem outro jeito. O que eu acho é que a gente anda tão acostumado com o futebol de quinta categoria jogado pela seleção do Mano que qualquer melhorazinha é saudada como o supra-sumo da essência do extrato do pó do melhor futebol do mundo, que algum dia, lá pelos idos do século passado, a nossa seleção jogava.

Porque, cá pra nós, se o primeiro tempo foi surpreendentemente bom e deu até pra gente achar que, finalmente, tínhamos um bom time com a camisa amarela, depois de meter 3 a 0 numa apavorada Dinamarca, o segundo tempo foi de lascar. Nós paramos de jogar e quem jogou bola foi a mesma Dinamarca, que até merecia um resultado melhor. O problema é que os dinamarqueses, além de azarados, são mesmo ruins até de chute a gol e perderam oportunidades daquelas dignas do Inacreditável Futebol Clube.

Acho que a seleção teve algumas coisas positivas, como o Hulk, que não é nenhum craque mas tem sorte e sabe chutar a gol. É um cara importante pra determinados jogos chatos em que enfrentarmos times fechados na defesa, mas ninguém espere dele jogadas de alto nível técnico, que sua praia é outra. O negócio dele é na base da raça e da porrada – na bola – que mata qualquer goleiro. Ainda mais quando o da Dinamarca está num dia de amigo do atacante e chega atrasado nas bolas que vão pro gol, como aconteceu em dois do Hulk.

Portanto, vamos devagar com o andor que o santo é de barro. Vamos ver o próximo amistoso, contra os Estados Unidos, que ontem sapecou 5 a 1 na Escócia, e os outros jogos da excursão, pra ver se essa seleção  vai ter mesmo garrafa vazia pra vender nas Olimpíadas de Londres.

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