Seleção deu pro gasto

 - Por Jorge Wamburg - 
O jogo de ontem à noite contra a Argentina, em Belém do Pará, não dá pra achar que temos o melhor time do mundo, mas pelo menos deu pro gasto. 

E ganhar dos “inimigos” argentinos é sempre especial, seja em cuspe à distância ou no futebol. Assim, mesmo que a seleção deles seja um timeco reserva e a nossa também não contasse com os chamados “estrangeiros”, a vitória valeu, até pelo caneco conquistado.

Aliás, esses “estrangeiros” não fazem mesmo falta nenhuma e eu acho que é hora de acabar com essa babaquice de convocar jogadores só porque atuam na Europa. Um ou outro até merece, como o Kaká, se recuperar a forma. O resto não dá pra encarar um time formado pelos daqui.

Vamos todos nos locupletar!

- Por Jorge Wamburg - 
Volto ao Blog depois de um afastamento das atividades por motivo de saúde e encontro um quadro cada vez mais deprimente no futebol e na administração do país.
A roubalheira parece ter se tornado regra e honestidade a exceção. Outro dia, fiquei bestificado com os gastos do Governo do Distrito Federal (GDF) para promover a festa dos mil dias que faltavam para a Copa de 2014: R$ 1 milhão 650 mil reais! 

É claro, uma ninharia perto dos R$ 30 milhões gastos pelos governos do Rio (Estado e Prefeitura) com o sorteio dos grupos da Copa! E tudo com as bênçãos da presidente dessa pobre nação, festejando em meio a sorrisos os tais mil dias enquanto os operários do Maracanã entravam em greve por causa de comida estragada e atraso no pagamento.

Aliás, para a presidente, cada vez mais redondinha, fome não é mesmo problema. É tanto banquete e tanta festa que não há como não engordar mesmo. Tal como o Lula, que parecia um mendigo quando assumiu a presidência. Quando saiu, parecia um lutador de sumô. Muito menos para a justiça do trabalho fome é problema, pois seus também bem nutridos ministros consideraram a greve abusiva e mandaram todo mundo trabalhar: quem não quiser a comida estragada que trabalhe com fome!

Agora, vejam o caso divulgado – ou denunciado pelo Globo nesta terça-feira da extinção de uma tal Empresa Brasileira de Legado Esportivo Brasil 2016 – que eu nem sabia que existia – antes mesmo de começar a funcionar. Pasmem: antes mesmo de começar a funcionar. E sabem por quê? Ela foi criada para desenvolver projetos para as Olimpíadas de 2016 e gastou, mesmo sem fazer nada, R$ 109.019,36 em 1910. Sabem como? Em “jetons” (honorários) a serem pagos aos seus conselheiros, entre eles o ministro do Esporte e a ministra da Administração, por “reuniões de que participaram. De janeiro a setembro a setembro deste ano, em “honorários” acumulados, cada um tem o “direito” de receber R$ 214 mil 200!. É isso mesmo, gente.
Só pra ir lá (não sei onde seriam as reuniões) e botar os nomezinhos no livro de assinaturas!.

Agora, vem o mais engraçado (ou será desgraçado?): Depois desse dolce far niente com o nosso dinheiro, o Ministério do Esporte resolveu extinguir a tal Empresa de Legado Esportivo da Rio 2016porque, segundo o Globo, concluiu que “já existe uma estrutura suficiente para cuidar das Olimpíadas do Rio fora da pasta”.  Diante disso, tem uma pergunta que não quer calar: “E ninguém vai preso?”.

Não, claro que não. Depois que o Lula, no mesmo Globo, disse que os ministros acusados de corrupção não devem deixar os cargos com “tanta facilidade”, como já aconteceu com quatro da Dilma, porque “político tem que ter caso duro”, o negócio é o seguinte: já que não dá pra acabar com a corrupção, vamos todos nos locupletar!